"Veja um pouco do que há em mim, deixe um pouco do há em ti"

Eu tornei a voltar-me e determinei em meu coração saber, inquirir, e buscar a sabedoria e a razão, e conhecer a loucura da impiedade e a doidice dos desvarios. (Ec 7.25)

terça-feira, 30 de junho de 2009

Abre-te Sésamo!

Que maravilha, que beleza! Hoje amanheceu nublado, prenunciando mais um dia de chuva e preguiça, e mais um dia de alegria e contentamento para mim. Não se engane ao meu respeito, você que por acaso me lê, pois não sou tão esquisito a ponto de sentir prazer só porque o dia amanheceu triste. Minha felicidade tem motivos sublimes. É que hoje eu descobri a caverna de Ali Babá. Verdade! Se não quiser acreditar não acredite, mas é a mais pura verdade.
Estava juntando algumas peças desse quebra-cabeça (na verdade eu estava lendo alguns jornais antigos) quando a lâmpada se acendeu na minha cabeça: é lá, tenho certeza! Fiquei extremamente emocionado com a descoberta de que o livro preferido da minha infância contava uma história verídica. É claro que o escritor errou algumas coisinhas, mas, tudo bem, nos livros é assim mesmo, não é? Se não fosse assim não teria graça...
A gruta é realmente cheia de ouro, mas não é pequena não. Ela compreende uma dimensão tão grande que nós, pessoas normais, não percebemos seu verdadeiro tamanho. Lá não tem tapetes da Pérsia nem especiarias orientais, mas tem uma grande riqueza de gravatas francesas, ternos ingleses e sapatos italianos. É impressionante seu chão de mármore e o número crescente de pessoas que descobriram seu segredo de ingresso. Aliás, aí o escritor errou de novo, porque não são apenas quarenta ladrões que sabem do segredo, mas centenas, milhares deles já trafegam por esse reduto de dinheiro.
Outra coisa interessante e até estranha que eu descobri foi a localização da maravilhosa caverna. Fica bem próxima dos nossos narizes e eu não sabia. Para entrar nela, as famosas palavras mágicas "abre-te sésamo" já perderam a validade. Até mesmo a arquitetura está bem moderna: longe de parecer com uma gruta pré-histórica, ela aparece a céu aberto, e no seu chão brotaram lindos e altíssimos edifícios.
Para chegar lá é um pulo. Ou melhor, um vôo. Aliás, olhando de cima ela se parece mesmo com um avião. Para entrar pra tão famosa quadrilha de ladrões, basta fazer uma boa campanha e pronto, são quatro anos de glória.
Tenho ou não motivos para estar alegre? Uma descoberta dessas no mínimo vai me garantir algum prêmio Nobel. Ou não?

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