"Veja um pouco do que há em mim, deixe um pouco do há em ti"

Eu tornei a voltar-me e determinei em meu coração saber, inquirir, e buscar a sabedoria e a razão, e conhecer a loucura da impiedade e a doidice dos desvarios. (Ec 7.25)

sábado, 21 de agosto de 2010

Coisas chatas


Pessoas desagradáveis, essas que moram ao lado da minha casa. Hoje cismaram que tinham de ouvir Raul Seixas no volume máximo e me sobrou uma baita dor de cabeça. Não que eu não goste do Raul, mas é que, sabe, não é o momento apropriado. 

E por falar em desagradável, hoje conheci uma pessoa especialista em chatear os outros. Não é que a criatura passou todo o tempo em que estivemos juntos me tratando por criancinha? E não foi só a mim, estava no consultório (ela é médica) com umas cinco pessoas e todas saíram esbravejando com a tal.

"Sente-se aqui nessa cadeirinha, coloque o olhinho nessa maquininha que eu vou dar um soprinho... Leia aquelas letrinhas... não, aquelas outras, meu anjo... Isso, agora lave seu olhinho com aquela aguinha, enquanto eu vou te receitar uns remedinhos. Você vai lavar os olhinhos duas vezes ao dia com a aguinha e se não melhorar você volta". 

Espera que volto... 

Não bastava ter passado a manhã inteira numa fila para, já no final, a moça do caixa me informar que estava fechando e que voltasse depois do almoço?

Por essas e por outras coisas que estou com um terrível mau-humor. A cada meia hora passa um vendedor chato pela minha rua, com auto-falantes, oferecendo suas promoções... O pessoal da casa da frente não pára de bater com o martelo em, sei lá o que... Tem um coqueiro bem perto da minha janela que faz um barulhão quando o vento bate... 

É mole???

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Divagações

De repente caimos do pedestal. A vida bonitinha e correta que levamos parece ter um fim marcado, como a chama de uma vela que se esvai. Tudo passa numa velocidade estonteante. Num momento colhemos rosas, noutro nos ferimos em espinhos. É a lógica da vida: todo bem chama o seu mal. Parece-nos, às vezes, que o mal vem em quantidades maiores que o esperado, então nos desesperamos e, desapontados, maldizemos a tudo e a todos. Mas logo desistimos, sabendo que estamos longe de uma posível solução. Aliás, já descobrimos que soluções são difíceis, quando não impossíveis.
Em alguns momentos uma lucidez estranha passa a ditar nossa consciência, e nós vemos o lado "cor de rosa" das coisas. Tudo muito bonitinho, um sol brilhante nos aquece e nos conforta, enfim, a vida volta a ser bela. Até que do outro lado da rua, estirada numa calçada e envolta em sangue, a fatalidade nos acena e sorri. Voltamos a ficar céticos e possuídos por um pessimismo imponderável e aparentemente intransponível.
Por que a vida tem que ser assim, insensível e cruel com as pessoas que desejam simplesmente viver, mesmo já tendo abandonado seus sonhos e aspirações? Novamente percebemos que, assim como as soluções, as respostas não existem. Então o que fazemos? Nada. Se não há respostas, as perguntas deixam de existir, se não há soluções, então não há mais problemas. E tudo se resume em jogar no lixo nossas preocupações para vermos as coisas como elas são. Não podemos nos livrar do inevitável, e isso já não constitue mais um problema... É simples, não?

Desilusão

O coração sussurra palavras que fingimos não ouvir...
Não queremos acreditar em sonhos, os pensamos simples utopias.
Estamos fechados em redomas e delas não ousamos sair.
O topo é inatingível para se acreditar em escaladas...