"Veja um pouco do que há em mim, deixe um pouco do há em ti"

Eu tornei a voltar-me e determinei em meu coração saber, inquirir, e buscar a sabedoria e a razão, e conhecer a loucura da impiedade e a doidice dos desvarios. (Ec 7.25)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Divagações

De repente caimos do pedestal. A vida bonitinha e correta que levamos parece ter um fim marcado, como a chama de uma vela que se esvai. Tudo passa numa velocidade estonteante. Num momento colhemos rosas, noutro nos ferimos em espinhos. É a lógica da vida: todo bem chama o seu mal. Parece-nos, às vezes, que o mal vem em quantidades maiores que o esperado, então nos desesperamos e, desapontados, maldizemos a tudo e a todos. Mas logo desistimos, sabendo que estamos longe de uma posível solução. Aliás, já descobrimos que soluções são difíceis, quando não impossíveis.
Em alguns momentos uma lucidez estranha passa a ditar nossa consciência, e nós vemos o lado "cor de rosa" das coisas. Tudo muito bonitinho, um sol brilhante nos aquece e nos conforta, enfim, a vida volta a ser bela. Até que do outro lado da rua, estirada numa calçada e envolta em sangue, a fatalidade nos acena e sorri. Voltamos a ficar céticos e possuídos por um pessimismo imponderável e aparentemente intransponível.
Por que a vida tem que ser assim, insensível e cruel com as pessoas que desejam simplesmente viver, mesmo já tendo abandonado seus sonhos e aspirações? Novamente percebemos que, assim como as soluções, as respostas não existem. Então o que fazemos? Nada. Se não há respostas, as perguntas deixam de existir, se não há soluções, então não há mais problemas. E tudo se resume em jogar no lixo nossas preocupações para vermos as coisas como elas são. Não podemos nos livrar do inevitável, e isso já não constitue mais um problema... É simples, não?

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