"Veja um pouco do que há em mim, deixe um pouco do há em ti"

Eu tornei a voltar-me e determinei em meu coração saber, inquirir, e buscar a sabedoria e a razão, e conhecer a loucura da impiedade e a doidice dos desvarios. (Ec 7.25)

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Exemplos

Por Joabes Guedes
Diversão e solidariedade. Esse seria um bom tema para as atividades realizadas pelos estudantes do colégio Armando Nogueira (CEAN), no último dia 06 – quarta feira. Em parceria com a Hemoacre, os estudantes fizeram uma verdadeira busca por voluntários que se dispusessem a doar um pouco de si e ajudassem na campanha de doação voluntária de sangue.
Tudo foi num clima de brincadeira. A programação fazia parte de uma gincana promovida pela direção da escola, na qual cada turma devia levar um número maior de doadores, objetivando assim acumular pontos no jogo. Mas nem por isso deixou de ser uma ação humanitária, segundo a opinião dos participantes.
O estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal do Acre, Ozéias de Oliveira, que participou da atividade como doador, vê o acontecimento como um estímulo para que as pessoas percebam a importância e necessidade de ajudar alguém. Para ele, além de sensibilizar a comunidade, a ação é um excelente exemplo a ser imitado por outras instituições de ensino: “tem o poder de conscientizar um grande público jovem do valor que atos tão simples tem para as pessoas que precisam. Seria ótimo se outras escolas seguissem o modelo”, conclui.
Para a Hemoacre o programa de doação foi um sucesso. Segundo a enfermeira Sara, do setor de captação do órgão, foram 144 atendimentos, dos quais foram obtidas 62 doações. “Foi além das nossas expectativas”, diz ela, ressaltando que o número é bem significante para apenas um dia de trabalho.
No fim das contas, fica registrada a opinião geral: a sociedade precisa de mais pessoas comprometidas com o bem comum, e precisa de ideias criativas no tocante à maneira de conscientizar seus indivíduos.

Fora da Rotina

Por Joabes Guedes

“Assim caminha a humanidade”, canta alguém nos meus ouvidos. Está bem, só que não precisava ser com passos tão trôpegos, penso enquanto esbarro num transeunte e quase quebro o nariz (ou melhor, quase ele me quebra o nariz). A verdade é que ando com a cabeça nas nuvens. Sim, nas nuvens! Acredite que nesses momentos tenebrosos o melhor lugar para se por a cabeça é mesmo nas nuvens.

Louco? Não, eu não estou louco. Aliás, nunca me senti tão lúcido. Hoje descobri uma maneira de fugir desse ciclo monótono em que me encontro (desde que nasci), e não vou deixar que me trancafiem num hospício sem ao menos ter curtido um dia fora da rotina. É verdade, vivemos caminhando em círculos, fazendo sempre as mesmas coisas, repetindo velhos discursos para agradar alguém, tentando entender e até mesmo mudar o mundo. Queremos ser espelhos, onde os outros olhem e digam: veja, a vida é bela!

Ótimo, até aí tudo bem. O problema é que esquecemos de nós mesmos para viver esse modelo que a sociedade impõe (mas quem disse que eu preciso ser perfeito para ser feliz?). Puxa, eu sou um limitadíssimo ser humano, será que não posso ter o prazer de errar para aprender com minhas próprias experiências?

Eu falei em momentos tenebrosos. Exagero, talvez você diga. Nós passamos no máximo por momentos difíceis, mas tenebrosos? Engano seu, caro leitor, se pensar assim. Passar madrugadas num banco de hospital (às vezes a noite toda), para mesmo assim não ser atendido, não é uma situação desesperadora? Não é triste passar a vida toda ouvindo promessas para ao fim de quatro anos se decepcionar e, ainda assim ser obrigado a escolher mais um, entre muitos canalhas? É justo pagar contas de telefone e viagens ao exterior de toda uma classe milionária, quando nos falta dinheiro até mesmo para comprar o pão de cada manhã?

É por isso que hoje decidi começar o dia fora da rotina. Não vou me descabelar procurando soluções tão difíceis de encontrar. Não me importarei com o que os outros pensem de mim, nem com minha imagem social. Hoje eu quero andar na chuva e fazer tudo que der na telha. Quero me distrair ao ver crianças brincando, sem medo de ser chamado de ridículo. Sabe, eu quero mesmo é andar com a cabeça nas nuvens. Se todos fizessem a mesma coisa, poderia até não ser a solução, mas já seria um bom começo!